
4 hábitos comuns que podem estar a prejudicar a tua saúde e bem-estar
Somos o que repetidamente fazemos.
A excelência, portanto, não é um efeito, mas um hábito.
Aristóteles
Nós somos criaturas de hábitos e ao longo da vida vamos, consciente ou inconscientemente, desenvolvendo costumes que ora nos beneficiam ora nos prejudicam.
Costumo referir-me aos hábitos que nos beneficiam, hábitos energéticos.
E aos hábitos que nos prejudicam, hábitos anti-energéticos.
Essencialmente, os hábitos energéticos são aqueles que irão fortalecer a nossa Energia Vital, contribuindo para que estejamos saudáveis, enérgicos e capazes de desfrutarmos de cada dia com serenidade e foco.
Por outro lado, os hábitos anti-energéticos são vícios e costumes que drenam a nossa Energia Vital, deixando-nos com uma profunda sensação de cansaço, tristeza, angústia e fraqueza.
Deste modo, torna-se essencial que sejamos capazes de reconhecer e discernir entre aquilo que nos energiza e aquilo que nos retira energia.
O corpo de dor e os hábitos anti-energéticos
Eu acredito que os hábitos anti-energéticos provenham do nosso corpo de dor, como o Eckhart Tolle lhe chama, que consiste numa espécie de camada energética que concentra as nossas memórias, emoções e pensamentos negativos; toxicidade mental e emocional; assim como eventos que nos tenham sido traumáticos.
Todos, sem excepção, possuímos este corpo de dor. O seu tamanho irá depender de diversos fatores, como a nossa personalidade, a maneira como escolhemos encarar a vida mas, acima de tudo, do nosso treino mental, da capacidade que temos em não alimentar as histórias da mente e, principalmente, não permitir que ganhe controlo sobre a nossa vida.
Desde um lugar de auto-sabotagem, este corpo de dor é capaz de desenvolver hábitos – aos quais lhe chamo anti-energéticos – que apenas o irão nutrir e fortalecer, acabando por entrar num ciclo vicioso sem fim.
5 hábitos anti-energéticos que te podem estar a prejudicar
1. Nutrir relações destrutivas
É muito fácil entrarmos e permanecermos em relações destrutivas, especialmente em fases da nossa vida em que nos sentimos mais inseguros, frágeis e com baixa auto-estima.
Este tipo de relações geralmente consiste numa dança de co-dependência baseada na manipulação, abuso, desrespeito e competição.
Estas relações são capazes de sugar cada gota da nossa energia, de nos deixar emocionalmente e psicologicamente de rastos e com uma sensação de eu não valho nada.
Uma relação depende de duas pessoas. Se uma delas deixar de aparecer e de a nutrir, ela simplesmente termina. E, na maioria das vezes, esse é mesmo o melhor desfecho!
Logo, para nossa segurança e bem-estar, é urgente que procuremos afastar-nos deste tipo de relações.
2. Redes sociais ou ‘a Alice no país das maravilhas’
Acredito que o principal propósito das redes sociais seja o de conectar as pessoas.
Porém, a excessiva utilização das redes sociais conseguiu desencadear precisamente o efeito oposto – desconexão e falta de contacto humano.
Para além de que se tornou num autêntico, e socialmente aceite, vício psicológico! Aliás, especialistas chegam mesmo a afirmar que ‘as redes sociais são o novo cigarro’!
Diversos estudos demonstram como a utilização frequente das redes sociais pode afetar gravemente a saúde mental e isso não me espanta minimamente, principalmente tendo em conta que a maioria dos conteúdos publicados baseia-se numa realidade completamente fabricada.
As redes sociais podem ser uma excelente ferramenta de comunicação e inspiração, desde que devidamente utilizada.
Como?
Limitando o tempo de utilização e sendo extremamente seletivos com as contas que escolhemos seguir – se não me inspira nem enriquece a minha vida, não sigo.
3. Estilo de vida e alimentação que vão contra a natureza humana
Nós vivemos cada mais afastados da natureza e suas leis. Achamos que nos podemos reinventar à medida das nossas vontades e que não haverão consequências para tal atitude.
É simples. O nosso corpo foi desenhado para comer alimentos naturais, que sofreram o mínimo de processamento possível. Essencialmente, frutas, vegetais, cereais integrais, leguminosas, carne, peixe e ovos.
Tu podes pegar neste grupo de alimentos e adaptá-lo às tuas preferências e necessidades, mas não recorrer a versões ultra-processadas e modificadas, achando que serão inofensivas para a tua saúde.
O nosso corpo também foi desenhado para respirar ar fresco, apanhar sol, mover-se, dormir 7-8 horas por noite e descansar quando assim necessita.
Ora, trabalhar 9-12 horas por dia, entre quatro paredes e em frente a um ecrã, respirar ar condicionado, comer sandes da cafetaria e terminar o dia a ver televisão ou a fazer scroll down nas redes sociais, acabando por dormir 5-6 horas, não há de ser realmente energético!
Logo, é necessário regressarmos às raízes, à simplicidade de vivermos de acordo com os ciclos da Natureza.
4. Remoer no passado
A nossa mente tem uma capacidade espantosa de ficar ancorada no passado. Analisar cada ínfimo detalhe e imaginar cenários atrás de cenários alternativos ao que de realidade aconteceu.
É como se tivesse ficado presa àquele instante no tempo e não conseguisse sair das suas entranhas, acabando por boicotar a nossa felicidade e capacidade de seguir em frente.
Como costumo explicar às minhas pacientes, os eventos traumáticos podem deixar uma marca na nossa Energia Vital e a parte mental é sem dúvida a mais afetada.
O primeiro passo para libertarmos o passado é reconhecermos que temos poder sobre o presente.
Aquilo aconteceu. Marcou. Doeu. Não há nada que possamos fazer para alterar o sucedido. No entanto, podemos sempre reescrever a nossa história e mudar a maneira como escolhemos responder ao acontecimento – como uma vítima que se encontra sem poder ou como uma guerreira que assume as rédeas do seu destino?
Os hábitos anti-energéticos que enumerei são apenas alguns exemplos. O objetivo agora é que sejas tu a identificar o que é que, na tua rotina diária, poderá estar a enfraquecer a tua Energia Vital, desencadeando uma sensação de mau-estar, cansaço e outros sintomas.
A saúde e bem-estar interior não acontecem simplesmente. Estes são o resultado da soma de uma série de ações que fazemos no nosso dia.
Se tiveres interesse em ler mais sobre este tema, sugiro que leias o meu livro Escuta o teu corpo.